Há um número exponencialmente crescente de ingredientes cosméticos ativos comercializados feitos a partir de tecnologias de cultura de células vegetais que abordam preocupações crescentes de sustentabilidade em torno de energia, carbono e pegadas de água, dizem os pesquisadores.

Escrevendo em Engenharia em Ciências da Vida, pesquisadores da Academia de Ciências da Bulgária analisaram as últimas tendências e desenvolvimentos em tecnologias de cultura de células vegetais usadas para produzir substâncias derivadas de plantas para formulações cosméticas e aplicações alimentares. A revisão também considerou oportunidades de horizonte e desafios futuros para uma maior comercialização e upscale.

'Crescente interesse' – ingredientes ativos para cosméticos modernos

Os achados mostraram que as tecnologias de cultura celular vegetal tinham claramente "ganhado a atenção das indústrias modernas de alimentos e cosméticos", disseram os pesquisadores.

"O crescente interesse é impulsionado pela busca de fontes sustentáveis alternativas de produtos bioativos naturais derivados de plantas com baixa pegada ecológica", escreveram na revisão.

"... Hoje em dia, alcançar o desenvolvimento sustentável, as mudanças climáticas globais, o acesso restrito à água doce, a oferta limitada de alimentos e as crescentes demandas energéticas estão entre os desafios globais críticos enfrentados pela humanidade. A tecnologia de cultura celular vegetal tem o potencial de enfrentar alguns desses desafios, fornecendo ferramentas eficazes para o fornecimento sustentável de fito-ingredientes com redução das pegadas de energia, carbono e água."

E as tecnologias de cultura de células vegetais ofereceram especificamente a opção mais ecológica ao fornecer fito-ingredientes de espécies raras, endêmicas, protegidas, ameaçadas ou ameaçadas de extinção, disseram eles.

Boom da beleza – ingredientes cosméticos ativos 'exponencialmente crescendo'

Na categoria beleza, os pesquisadores disseram que agora havia um "número exponencialmente crescente de ingredientes cosméticos comercializados" disponível graças a avanços notáveis feitos na última década em tecnologias de cultura de células vegetais.

E o número de ingredientes comerciais disponíveis para cosméticos, disseram eles, permaneceu muito à frente das ofertas de suplementos alimentares, que foram "limitadas" em comparação.

"Nos últimos anos, houve um aumento exponencial no número de cosméticos com substâncias ativas obtidas pela tecnologia de cultura celular vegetal."

E a força motriz por trás disso, segundo eles, foi a "busca intensiva" por inovações e desenvolvimento de novos produtos que ofereciam múltiplas atividades específicas em uma formulação de cosméticos.

"Com suas múltiplas atividades biológicas, os extratos de cultura celular vegetal são extremamente desejáveis devido ao fato de serem uma mistura única de metabólitos secundários e primários que ocorrem naturalmente em células vegetais. Além disso, as formulações estéticas finais geralmente contêm ingredientes ativos em pequenas concentrações, o que permite a produção de extratos de células vegetais em pequenos volumes a preços razoáveis que cobrem os custos de produção."

'Acelerando' a comercialização em massa e a popularização da tecnologia da cultura celular vegetal

Os pesquisadores disseram que, embora houvesse muitos projetos de bioreatores que garantiram "produção econômica em larga escala" de sistemas in vitro de plantas diferenciadas e indiferenciadas, ainda havia desafios à frente com um upscale mais amplo.

Desenvolver, manter e otimizar "linhas celulares altamente produtivas e geneticamente estáveis", por exemplo, permaneceu "as tarefas mais caras, laboriosas e arriscadas", disseram os pesquisadores.

Somam-se a isso "procedimentos dispendiosivos e demorados" como registro, certificação e cumprimento das exigências legislativas nacionais que contribuíram para a desaceleração na realização de produtos.

No entanto, os pesquisadores disseram que a colaboração poderia superar os desafios associados ao upscale.

"Esperamos que esta revisão incentive cientistas, formuladores de políticas e empresas a unir esforços para acelerar a comercialização em massa e a popularização da tecnologia de cultura celular vegetal como um método alternativo ecológico para a produção sustentável de aditivos derivados de plantas com aplicação em alimentos e cosméticos", disseram eles.

Futura tecnologia de cultura celular vegetal – nova extração e impressão 3D

Além disso, os pesquisadores disseram que os avanços nos procedimentos de extração – incluindo a aplicação de solventes eutéticos naturais recém-desenvolvidos (NADES) como solventes verdes – e a impressão 3D "abririam novos horizontes" no desenvolvimento de ingredientes cosméticos ativos de alta qualidade baseados no cultivo in vitrode células vegetais e culturas teciduais.